O antigo porto Inner Harbor é um dos principais destinos turísticos da cidade de Baltimore, EUA. Construído há mais de 200 anos, hoje este espaço é considerado um exemplo de renovação urbana, transformando-se num novo lugar de passeio e estar para os cidadãos, sem deixar de lado seu passado industrial.
No entanto, um dos problemas que a cidade encontrou no lugar é a contaminação do rio Patapsco que desemboca no porto. Para solucionar a questão, há alguns meses foi instalada uma roda d’água que recolhe os dejetos e que funciona através da energia mecânica do rio e de energia solar.
Saiba mais sobre essa estratégia de descontaminação, a seguir.
Meta para 2020: o rio para os cidadãos
O histórico porto de Baltimore é considerado um símbolo da cidade que foi, inclusive, reconhecido em 2009 pelo Urban Land Institute com o Prêmio do Patrimônio pela renovação de um espaço industrial sem deixar de lado sua importância como espaço público para os habitantes da cidade.
Tendo isso em conta, e reconhecendo o valor do Porto para Baltimore, as autoridades municipais propuseram a descontaminação do rio Patapsco, que até 2020 terá suas águas próprias para que os cidadãos possam se banhar.
Não é preciso reinventar a roda
Ao longo de sua história, o rio Patapsco sempre esteve ligado às rodas d’água. Durante o século XIX, a foz Jones Falls do rio, localizada ao norte da cidade, contava com diversas dessas estruturas instaladas em suas margens. Naquela época esses equipamentos serviam como moinhos d’água, produzindo farinha e tecidos que eram, em seguida, comercializados no Porto de Baltimore.
Foi nessas históricas rodas d’água que se inspirou o escritório Clearwater Mills para desenvolver a Water Wheel, que tem uma vida útil estimada em 20 anos e ajuda a descontaminar rios urbanos.
Como funciona?
A roda que limpa o rio é um coletor de lixo projetado como uma versão moderna de um moinho d’água do século XIX. Seu funcionamento aproveita a corrente do rio, que permite recolher os dejetos e sugá-los com a energia produzida por 30 painéis solares. Estes estão instalados na cobertura da estrutura e têm capacidade de gerar 2.500W.
Além disso, a estrutura se apoia sobre um pequeno barco que recolhe o lixo do rio através de redes e o leva até a roda d’água, onde esse é conduzido por esteiras mecânicas.
Quando os dejetos já estão nas esteiras, são levados aos recipientes de armazenagem. A roda, que teve um custo de US$ 800 mil, pode recolher diariamente até 20 toneladas de lixo.
O vídeo a seguir mostra como funciona a roda
Via Plataforma Urbana. Tradução Romullo Baratto, ArchDaily Brasil.